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: Este texto é uma reflexão sobre as semelhanças entre uptake e trace e a tradução considerada como acontecimento, ao mesmo tempo possível e impossível, que deflagra e constitui o significado através do jogo da linguagem que se estabelece entre os interlocutores sujeitos: texto-tradutor. Austin e Derrida põem em cena, cada um a seu modo, o significado enquanto um acontecimento da linguagem humana. O uptake, nas reflexões de Austin, garante que a linguagem humana aconteça, assegurada pelo reconhecimento entre os interlocutores e que assim, através da produção de significado, se realize. Para Derrida, através do jogo na linguagem humana, o trace deflagra o arrombamento do significado, destruindo a possibilidade de se atingir a sua origem. Discuto, inicialmente, as reflexões de Derrida que estão centralizadas diretamente na questão da performatividade para, em seguida, aproximar o uptake do trace e vice-versa; a partir dessa aproximação procurarei desvendar um pouco mais a tradução enquanto um acontecimento que contamina as línguas e é contaminado por elas. |
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