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Este artigo apresenta uma discussão de resultados de natureza predominantemente teórica, decorrentes do andamento do projeto de pesquisa "Identidade e Identificação Lingüístico - Cultural: Estudo das Funções da Segunda Língua na Constituição do Sujeito de Enunciação". Focaliza-se o funcionamento de fatores não cognitivos, que têm uma incidência crucial no grau de sucesso e forma de acontecimento do processo de aquisição de segunda língua dentro de abordagem transdisciplinar, a partir de perguntas provindas da Lingüística Aplicada, mobilizando categorias da Análise do Discurso e da Psicanálise. As mais relevantes são: formação discursiva, intradiscurso, interdiscurso, esquecimento n<FONT FACE="Symbol">°</FONT> 1, esquecimento n<FONT FACE="Symbol">°</FONT> 2 (Pêcheux, ed. bras. 1988), identidade, identificação (Freud, 1966; Lacan, 1977; Nasio, 1995). Discute-se a perspectiva de Revuz (1991) sobre o processo de aquisição de segunda língua, que diz que, durante o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, as bases da estruturação psíquica são solicitadas e, portanto, a primeira língua. Examina-se o funcionamento dos processos de nominação e predicação em L1 e L2 e destaca-se a importância dos processos de identidade e identificação, conforme caracterizados na teoria psicanalítica. Conclui-se afirmando que questões metodológicas do ensino de línguas, motivações explícitas do aprendiz e outros tópicos semelhantes estão subordinados, em grande parte, à compreensão dos profundos fatores não cognitivos discutidos, os quais determinam o modo de acontecimento do processo de aquisição de segunda língua. Propõe-se que esses fatores sejam abordados, problematizando-se a concepção bi-polar biológico-social de sujeito de linguagem, pela inclusão, na análise, das dimensões simbólica e significante do processo de constituição do discurso.