Description:
A grande maioria dos ensaios de manejo e fertilidade do solo utiliza o método de delineamentos experimentais, segundo o qual as observações devem ser independentes umas das outras e as parcelas experimentais, uniformes quanto aos atributos estudados. A hipótese de independência entre as amostras apenas pode ser satisfeita e verificada na prática, se a amostragem contiver informações geográficas, como, por exemplo, as coordenadas com referências a um eixo arbitrário para possibilitar análises da geoestatística. O objetivo deste trabalho foi estudar a variabilidade espacial de alguns atributos químicos e granulométricos do solo dentro de uma parcela experimental e mostrar o uso da geoestatística para analisar os dados. O campo estudado localiza-se no Centro Experimental de Campinas do Instituto Agronômico, Campinas (SP), em um latossolo roxo distrófico sob preparo convencional nos últimos dez anos. Marcou-se uma parcela de 30 m por 30 m a cada 5 m em duas direções, resultando em um reticulado quadrado de 49 pontos de amostragem. Em cada ponto, coletaram-se amostras de solo das camadas 0-25 cm e 25-50 cm de profundidade, as quais foram levadas ao laboratório, secas ao ar, peneiradas em uma malha de 2 mm e submetidas às análises granulométricas e químicas de rotina para obter teor de argila, teor de silte, delta pH, soma de bases (S), capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por bases (V%). Para a análise de variabilidade espacial, utilizou-se a geoestatística. Os coeficientes de variação encontrados são mais altos na camada 0-25 cm do que na 25-50 cm, provavelmente devido à região de maior alteração com cultivo. Foi encontrada dependência espacial para todos os atributos analisados para a camada 0-25 cm, e dependência fraca para a camada 25-50 cm. Considerando que o campo engloba apenas uma área de 30 m por 30 m, conclui-se que a variabilidade encontrada para os atributos químicos do solo foi grande e que a amostragem ao acaso falharia em detectá-la e, por isso, esconderia a realidade.